Qualquer lugar que tenha convivência diária precisa da contribuição de diversas partes para dar certo. Em uma escola, por exemplo, alunos e professores devem caminhar lado a lado sempre. Para isto, um certo tempo deve ser reservado para se dedicar à convivência. Esta dedicação está presente em um dos primeiros entrevistados do Jornal Montenegro, visto que boa parte do seu tempo é voltado para eventos da escola e montagem de coreografias com os alunos.
Philipe Egon tem 23 anos de idade e está no último ano do ensino médio na Escola Augusto Montenegro. Desde abertura dos jogos a festas de confraternização dos alunos, Philipe organiza turmas para montar coreografias de danças e peças teatrais. O Jornal Montenegro fez uma entrevista com o aluno para saber um pouco mais sobre a contribuição artística dele na escola.
Jornal Montenegro: O que te motivou a dançar?
Philipe Egon: Foi a primeira vez que eu fui em um espetáculo de dança com a minha mãe, aos 8 anos de idade. Quando cheguei lá, fiquei encantado com tudo aquilo que eu vi e, no mesmo dia, eu disse para ela que eu queria dançar. Foi do nada, sem pé nem cabeça, eu disse para ela que queria dançar. Simplesmente me vi lá em cima. Achei muito legal isso, uma criança de 8 anos ver aquilo e querer se sentir lá em cima. Não são todas crianças que já tem esse pensamento. E foi isso que me levou a dançar, a magia de ver. Eu ainda não tinha técnica, não tinha nada, só tinha a visão do que era bonito.
J.M.: O que te motiva ajudar fazendo trabalhos na escola?
Philipe: É acreditar que todo mundo tem capacidade de fazer tudo. Eu danço, mas quem disse que eles não podem dançar, cantar, atuar? Quem disse que eles também não podem brilhar? Quem apagou o brilho da estrela deles? Ninguém! Então eu acho que, às vezes, a gente precisa de uma pessoa para ter um incentivo. Como às vezes eles confiam muito em mim para certas coisas, eu me acho no dever de fazer com que eles se descubram com novas experiências que em uma escola pública a gente não tem. Eu quis trazer isso para eles, porque isso me motiva a fazê-los acreditarem que eles podem sim fazer outras coisas.
J.M.: Como há contribuição da escola para este teu trabalho acontecer?
Philipe: A escola me ajuda conforme a possibilidade deles. A gente tem situações e situações, algumas coisas não dão, são surreais, e a gente tem pensar e botar o pé na realidade. Eles sempre estão dispostos a me ajudar com o que eles podem e, para mim, o mais importante é a disposição. Sempre que proponho algo eles acatam a ideia e estão dispostos a me ajudar.
J.M.: E o que acontece quando poucos alunos participam dos teus trabalhos?
Philipe: Existe aquele ditado que diz que "muitos serão chamados e poucos serão escolhidos". Então eu chamo quem quiser participar, se eu tiver trinta dançando num dia e no outro eu tiver cinco, eu vou fazer com aqueles cinco, porque eu não posso fazer eles desistirem por causa do restante. É igual a questão de sonho, muitos te puxam para trás, falam que tu não vais adiante, não vais conseguir, se tu acreditares naquele monte, tu nunca vais ser campeão sozinho. Então faço o trabalho com os cinco para mostrar para eles que a gente conseguiu e que a gente faz.
Entrevista e Texto:
Larissa Louchard - aluna da 8ª série
Erick Silva - aluno da 6ª série
Adriele Souza - aluna da 3ª etapa do EJA Fundamental
Pâmela Melo - ex aluna